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O Amor é o Homem Inacabado (Paul Eluard)

 
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Todas as árvores com todos os ramos com todas
as folhas
A erva na base dos rochedos e as casas
amontoadas
Ao longe o mar que os teus olhos banham
Estas imagens de um dia e outro dia
Os vícios as virtudes tão imperfeitos
A transparência dos transeuntes nas ruas do acaso
E as mulheres exaladas pelas tuas pesquisas
obstinadas
As tuas ideias fixas no coração de chumbo nos
lábios
virgens
Os vícios as virtudes tão imperfeitos
A semelhança dos olhares consentidos com os
olhares
conquistados
A confusão dos corpos das fadigas dos ardores
A imitação das palavras das atitudes das ideias
Os vícios as virtudes tão imperfeitos

O amor é o homem inacabado.

Paul Éluard (pseudônimo de Eugène Emile Paul Grindel; Saint-Denis, 14 de dezembro de 1895 - Charenton-le-Pont, 18 de novembro de 1952), poeta surrealista francês. Poema traduzido pelo poeta Antonio Ramos Rosa. In: "Algumas palavras".

Imagem: Edgar Allan Poe por Leah Saulnier.
 
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AjAraujo
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