Crónicas : 

SEM PALAVRAS

 
De repente ouço uma voz que não me é estranha soar bem perto. Naquele momento todo um passado surgiu como que de repente, como se fosse uma cascata de dominó, caindo, caindo, sem ter como parar.

Naquela fração de segundo, um maravilhoso romance, outrora cor de rosa, aflorou em meus sentidos, me deixando meio atordoada, daquele jeito que só quem já passou por situações iguais, vai entender.

Será que era real, ou eu estava inventando coisas para o meu coração sonhador e romântico? Vai ver que nada daquilo estava acontecendo de verdade, era mais uma invenção de minha mente que insiste em buscar no pensamento, aquilo que eu gostaria que jamais tivesse terminado.

Felizmente era real. Ele estava bem ali, perto de mim, falando com alguém ao celular. Quis me afastar, sair sem ser notada, tamanho era meu nervosismo. Não consegui. Fiquei ali, colada no chão, sem controle algum sobre meu corpo. Como o lugar era público, não teve como ele não me notar.

Cumprimentou-me friamente, e após algumas palavras, se afastou, sem sequer imaginar o estrago que causou ao meu coração, esse amigo que às vezes, me prega boas e memoráveis peças.



Nevinha


 
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NEVINHA
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