Poemas : 

Verdades mortas

 
Não há palavras vivas em mim para dar-te,
somente o teu silêncio, escrito em mim,
é o que navega no meu sangue.
Tudo o que narro são verdades mortas
exorcizadas pelos meus dedos trêmulos,
num teclado negro e mudo.
São letras exaustas, antigas,
que sobreviveram ao suplício
de existirem sem crédito
entre a conquista e o desprezo,
entre o primeiro beijo
e a ausência abissal.
Resta-me deixar que os dias
descansem de mim,
fechar-te como a uma cortina,
num último ato
de um amor enfermo
que nasceu pra dormir,
sem final...

 
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Amora
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Enviado por Tópico
Tália
Publicado: 25/02/2008 14:37  Atualizado: 25/02/2008 14:37
Colaborador
Usuário desde: 18/09/2006
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2489
 Re: Verdades mortas
Sente-se a força das palavras...

Beijos

Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 25/02/2008 14:59  Atualizado: 25/02/2008 14:59
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1910
 Re: Verdades mortas
Muito bom Amora. Palavras de poetas.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/02/2008 16:28  Atualizado: 25/02/2008 16:28
 Re: Verdades mortas
Verdades que já foram verdades, e que hoje continuam sendo verdades - porém a verdade ao contrário, a verdade que passa a doer, ao contrário do prazer. A contraditoriedade faz desse poema muito especial e bonito, parabéns.

Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 25/02/2008 19:41  Atualizado: 25/02/2008 19:41
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: Verdades mortas
Que estranha e trágica relação entre a dor e o prazer? Que misteriosa afinidade entre sofrimento e felicidade, cujos contornos permanecerão indefinidos na gestão quotidiana da vida de desejos de cada um?
Gostei.

Enviado por Tópico
los
Publicado: 27/02/2008 16:55  Atualizado: 27/02/2008 16:55
Da casa!
Usuário desde: 01/07/2007
Localidade: Minho
Mensagens: 311
 Re: Verdades mortas
Amora

Nunca deixe morrer a palavra,escrava sempre de alma e com alma.


Beijos mil