Crónicas : 

ESTATISTICAS

 
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Hoje é o dia que tenho de sair. Não quero, mas tenho de fazê-lo. Abro a porta e a grade que vai dar no corredor. Fecho as três fechaduras da porta e as duas da grade. Ando alguns metros e abro a grade que separa o corredor. Aciono o elevador e chego na garagem. Meu carro esta próximo. Entro e fecho a porta imediatamente. Na rua todos são suspeitos. Todos querem me assaltar, me roubar, tirar minha vida. Mas eu estou sempre alerta. Eu eles não pegam não. Ultrapasso com freqüência o sinal vermelho. As estatísticas dizem que os assaltos acontecem com mais freqüência no momento em que paramos e aguardamos a troca dos sinais. Eu prefiro pagar multas a ser assaltado. Sou às vezes imprudente, mas o que fazer, é eu ou eles.
Eles não têm medo de nada. São uma praga da sociedade consumista. Convivem no nosso meio, moram perto da nossa casa e sabemos onde se escondem, só a policia não sabe, ou finge não saber. Eles sobrevivem do que produzimos, não trabalham e apenas esperam um momento de descuido nosso para exercerem sua atividade criminosa. Ás vezes, o crime parece compensar, porque a cada dia os assaltos proliferam. Os casos se multiplicam de uma forma assustadora. Existem pessoas que não saem mais de casa. Trancam-se de tal maneira que em caso de acidente domestico, muitos perdem a vida porque não conseguem abrir as grades a tempo de serem socorridas.
O pergunta do momento e aonde vamos parar com toda esta insegurança. A policia não tem efetivo suficiente para nos proteger. O governo diz que esta fazendo todo o possível para conter os criminosos, que vai aumentar o numero de presídios, dando mostra de que os assaltos irão continuar, mas que eles serão presos depois de cometerem seus crimes.
Eu quando ando pelas ruas, estou sempre observando a pessoa que esta ao meu lado, se esta mal vestida fico atento, se esta bem trajada o medo é maior, porque parto do pressuposto de que a roupa não faz o monge, muito pelo contrário, eles hoje em dia tem o aspecto civilizado, misturam-se a sociedade para não levantar suspeita, quando percebemos eles estão nos apontando uma arma e nos roubando sem piedade. Eu ainda não faço parte das estatísticas diárias dos noticiários, sei que cedo ou tarde, espero que seja tarde, eu vou ser assaltado. Se nunca for melhor. Mas do jeito que as coisas vão, não sei não! Deus é que esta certo. Fica lá nos altos, longe dos assaltos.


 
Autor
Adão Jorge dos santo
 
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