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Memória fugaz

 
Memória fugaz
do verbo certo, escoado em laivos rosa,
do verbo insurrecto e logo adestrado na opacidade inquieta em mármore frio.
Um caudal aberto,
um regato,
um rio,
em que nos espreguiçávamos sequiosos de sermos sílica, sal ou branda cal,
em que nos alongávamos dilatados em carne viva
d'avidez apátrida, de fome e logo gula.

[Sorriam de nós, os braços, floresciam laicos os dedos,
aclarando silêncios baços em vértebras ausentes de medula…].

Ao largo, num navio exonerado,
um comandante deposto,
uma vela branca,
e um anemómetro por onde deslizavam ventos bruna
nos trejeitos useiros e repartidos
entre
o nada e a coisa nenhuma.


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Autor
Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 05/03/2008 16:55  Atualizado: 05/03/2008 16:55
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: Memória fugaz
Entre o nada e o coisa nenhuma escreveste versos belíssimos

Beijo

Vera