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O grande caderno azul XL

 
XL

Manhã nublada no décimo terceiro dia de fevereiro de 2014 - Preocupado com o corte da energia. Deus é quem sabe. A garganta piorou,temo um câncer ou algo pior. Tudo que quero é paz. Acho que meu fim esta próximo.

Mais tarde na oficina
Até aqui Deus tem nos ajudados. Obrigado Senhor! Vamos a finalização do portão da simpática da Rua 23. Que Deus nos ajude!

Tarde
Obrigado Senhor! Deu tudo certo. Soldei os três gonzos,os dois ferrolhos e a chapa de zinco. Cortei as cantoneiras e virei os ferros para fazer os dois chumbadores em seguida pintei o portão.. Uma hora depois, num esforço sobre-humano levei-a para a casa da bela da Rua 23, onde deixei-o no terraço e recebi os meus suados noventa reais. Mudei de roupa, fui logo pagar os dez reais que devia para Seu Cardoso, o merceeiro. Fechei a oficina e aproveitei para dar uma geral no visual, raspei a barba e o cabelo no meu vizinho,o barbeiro Costa. Vim para casa, banhei-me e troquei de indumentaria e dirigi-me para o centro. Apanhei um lotação, o transito fluía bem - desci no Anel Viário - Deambulei pela Avenida Magalhães de Almeida - o prédio da revendedora Ford a Duvel, a loja Eletro Mateus, o Mercado Central em frente. O Bradesco. A ladeira, três senhoras comiam mocotó sentadas num banco alto de madeira, ao lado do Come em Pé. A banca de pente, escovas e espelhos do Senhor bem vestido e barbeado que olhou-me desconfiado. O novo amolador de alicates no lugar que antes era de um baixinho.O meu amigo, o agente policial Alexandre Rudakov estava sentado na banca conversando com o bicheiro. Entrei e cumprimente0-lhe cordialmente e depois de umas trocas amenas de palavras continuei a caminhada. A Praça da Igreja do Carmo, o eterno abrigo e seus bares com os mesmos clientes de sempre. Das bancas de jornais da Praça, apenas a de Seu João resiste onde eu comprava todos os finais de tardes "O Estado de São Paulo", ou "A Folha de São Paulo", ou "Jornal do Brasil" e as vezes "O Globo" - quando eu morava na Rua Afonso Pena nos anos 8O. Contornei pela Rua de Nazaré - Um chinês deglutia um macarrão com seu pauzinho sentado na porta de sua loja.A Pousada Nazaré onde vivi bons momentos de amor ao lado de madame Rameaux. Desci pela Rua da Palma, entrei na Casa Lotérica estava vazia, dirigi-me direto ao caixa - Para a minha surpresa o leitor ótico não conseguia ler o código de barras, tive que pagar dois reais a mais ( o que não estava no orçamento).
Finalmente as escadarias da Rua Humberto de Campos e o grande templo literário, o sebo Poeme-se. Vasculhei as prateleiras a procura de um bom livro,encontrei um da namorada de J.D.Salinger, o celebre autor "Apanhador de trigo num campo de centeio", fiquei contente, mas o verificar o preço, muito acima de minhas parcas posses,mas para minha felicidade encontrei o livro de Klaus Mann, filho de um dos grandes Mann "Fuga para o Norte" com o preço razoável.
17:57 - O pão comprado na mesma padaria, assim como o suco de tamarindo para a merendada noite. Ontem minha cunhada falou-me que estou bebendo muito leite e que isso esta baixando a minha pressão. Portando mudei,agora é suco.
Obrigado Senhor por tudo que me fizeste. Obrigado, muito obrigado.



 
Autor
r.n.rodrigues
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/04/2016 02:25  Atualizado: 10/04/2016 02:25
 Re: O grande caderno azul XL
Li o "Apanhador de trigo num campo de centeio" e não percebi na primeira leitura, com isso senti uma espécie de desilusão.

Gostei de ler tuas palavras.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/04/2016 10:54  Atualizado: 11/04/2016 10:54
 Re: O grande caderno azul XL
Fiquei feliz que fosse entregue o portão da bela da rua 23.

Abraço