Poemas : 

Vertical em desalinho

 
Vertical em desalinho
 

O vento revira fazendo levitar
por segundos, folhas coloridas
que antes, sobre pés, se amontoavam...

Outonicamente despida,
de galhos erguidos,
altiva
por saber-se
logo estará vestida,
árvore não é

De ramagens, ninhos e floradas,
desconstituída e de olhos fixos.
Na pele a queixa ardida
de quem vê partir
quem vestia-lhe a vida,
envolta em folhas agora
paralisada, solitária, nua

... no entanto, erguida.





 
Autor
MyrellaCasav
 
Texto
Data
Leituras
830
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
8 pontos
4
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/04/2016 22:19  Atualizado: 12/04/2016 22:19
 Re: Vertical em desalinho
Cores da vida que cai em nosso tempo trazido pela v ventagens do destino


Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 28/06/2016 09:02  Atualizado: 28/06/2016 09:02
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: Vertical em desalinho
A força da natureza tem muito para nos ensinar…
Sacam-lhe as folhas, despem-na de vida e eis como ela se mantém erguida, serena, impávida, apesar das intempéries.
Começo a leitura do teu poema com uma montanha de folhas sobre os olhos, lançadas pelo vento, e acabo com uma árvore “outonicamente despida” que me lembra uma raiz invertida… - prenúncio da primavericamente vestida árvore que virá.
Um poema que é uma paisagem cheia de significados, assim lhe demos tempo para amadurecer em nós.