Poemas : 

O rio

 




foge célere , a serpente,
do pesquisante
olhar,
contorcendo
burburinho,
até
esconder-se
no mar

bem lá no fundo
do centro
dos sentidos
tensos
chamusca
a pergunta
queimando lenta
como a seca ponta
de
um pavio

- faço parte de tudo
ou tudo parte
de mim
?

apago
a margem
se apago o fio















Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

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Autor
MarySSantos
 
Texto
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Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 27/04/2016 00:06  Atualizado: 27/04/2016 00:06
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: O rio
Emocionante!!

Sua intimidade com as palavras, principalmente as mais simples para descrever os sentimentos, querida Mary, é admirável!

Chego ao final da leitura com olhos marejados de poesia! Parabéns, poetisa!

Beijinhos!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/05/2016 21:41  Atualizado: 10/05/2016 21:41
 Re: O rio
Ótimo.
Bravos poeta, adorei.
Obrigado pela partilha.
PG


Enviado por Tópico
NEUSA
Publicado: 31/05/2016 21:34  Atualizado: 31/05/2016 21:34
Colaborador
Usuário desde: 19/05/2010
Localidade: Rio Verde - Goiás Brasil
Mensagens: 1431
 Re: O rio
Gostei deste!

Abraço


Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 27/06/2016 20:14  Atualizado: 27/06/2016 20:14
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: O rio
O próprio poema tem a fluidez de uma serpente… (ou das labaredas céleres de um fogo, ou de um fio de novelo, ou de uma margem marcada pelas águas do mar… pouco importa)
Um poema sinuoso… que se contorce - e se esconde, que se revela - e se torce… até a pergunta o revolver (mais um pouco) e se dar o nó: “faço parte de tudo/ou tudo parte/de mim/?”.
A resposta não se faz tardar “apago/a margem/se apago o fio” porque o todo existe porque se divide em partes e as partes existem devido ao todo.
Uma trama bem tramada que aqui segue fluída, mas nos retorce por dentro...
Gostei.