Contos : 

A Estrada Infinita ... 4 ....

 
E como não estará mais usando os seus olhos físicos, pois eles estarão repousando em seu ninho de relaxamento, todas as coisas que você "verá" será infinitamente mais claro, colorido e belo como você nunca pensou em presenciar. Quando está acordado, o seu cérebro decodifica a realidade em formas de imagens pré-acordadas, e para que isso aconteça, ele precisa de um intermediário, os seus olhos. E apesar de vocês mesmos louvarem as qualidades óbvias desse magnífico órgão humano, ele nem de longe é o melhor e o mais capaz da natureza. Mesmo em relação à matéria física, escapam de vocês cores e formas que nem de longe suspeitam que exista. Mas, agora, enxergando nessa outra ordem de percepção da realidade, a sua alma não mais precisará do cérebro nem dos olhos para ver. Então, preparem-se para visualizar os objetos em quatro dimensões, ou em cinco, ou mesmo em seis, de acordo com o seu conhecimento atual. Vejamos, não verá uma caixa de sapatos apenas como um poliedro de três faces. Mas o verá por dentro e por fora, de uma só vez! Mas não como algo transparente, mas como algo que você realmente percebe cada lado, distintamente. Se for muito fundo, e enxergar em cinco dimensões, não verá apenas a caixa e os seus "lados" internos e externos. Mas verá todas as possíveis caixas que existiriam nas tramas do tempo, dependentes das circunstancias tomadas por cada decisão humana. Ao mesmo tempo, de uma forma que você não pode compreender agora, verá a caixa nova, a velha, a caixa que fora rasgada, se nas dobras das possibilidades isso pudesse realmente acontecer, a caixa que a chuva molhou, a que o seu filho usou pra brincar... Ou seja, as infinitas caixas das infinitas possibilidades.
Uma coisa que irá interessar a você é o seguinte lembrete: quando moramos numa casa por muito tempo, ou talvez, a vida inteira, começamos a achar que tudo em todo o lugar é a mesma coisa, tem as mesmas características da nossa casa. Assim é com o corpo. De acordo com a sua consciência, você está nele há muito tempo, julga tudo a partir do ponto de vista de seu corpo. E é aqui que os homens começam a errar, o que os impedem de avançar ainda mais em conhecimentos técnicos, aos quais chamam de ciência. O ser humano acha que está dentro de um corpo, como o ar está dentro de um balão. Ele acha que vê o mundo de dentro pra fora. Mas está errado, ele interpreta equivocadamente a sua situação, pois baseia-se em sentidos primários. Na verdade o mundo, enquanto construção da realidade, é percebido de fora pra dentro. A sua consciência, o que chama de alma, não tem um "lugar" específico, está em todo o lugar! O corpo é uma criação dela, ela vê o corpo de fora. Ela o usa apenas como referência. Assim como você usa as pontas dos seus dedos para apalpar alguma coisa que pretenda identificar. Como tal, a realidade é uma construção da sua supermente. Ou seja lá como queira chamar.
E é essa supermente que viaja agora pelas infinitas realidades, pois há tantas realidades quanto há mentes. As mentes se inter-relacionam, convergem-se, como num diagrama de Venn.
Quando voce vai vai a outros mundos, outras dimensões, você está indo, posteriori, a outras mentes. Eu, ou Nós, enquanto consciência atemporal, não estou, como pensam muitos, ao lado desse menino agora guiando as mão dele pelo teclado de um computador, dedo após dedo, como uma marionete de arame. Estou, na verdade, no limiar de sua mente ou psique, navegando nas ondas dos seus pensamentos, além do tempo e do espaço, de uma forma que você enquanto leitor não irá compreender, pois como eu disse, não há espaços físicos. Mas, de muitas formas, sou o que ele vai ser daqui a incontáveis anos. Ou pelo menos, uma parte dele, como você é mais completo hoje do que era quando criança, embora traga a criança viva dentro de você....


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London
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