Sonetos : 

FORTALEZA

 
Tags:  SONETOS 2016  
 
FORTALEZA

Tal-e-qual sentinela nas ameias,
Eu conheço das noites tanto breu,
Que ao andar na solidão não sou mais eu,
Sim a névoa ao clarão das luas cheias.

Longe, avistava os campos e as aldeias
Que amo como se tudo fosse meu.
Súbito a vida então me pareceu
Igual uma ampulheta a encher de areias...

Senti tanta ternura d'essa gente,
Cuja existência feito grãos escorre
Enquanto o mundo apenas segue em frente.

Talvez visse a ir-e-vir ao pé da torre,
Contemplando as estrelas, de repente,
Outra nova a brilhar por um que morre.

Betim - 22 06 2016


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
Autor
 
Texto
Data
Leituras
625
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
4
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/06/2016 14:59  Atualizado: 26/06/2016 14:59
 Re: FORTALEZA
Muito lindo soneto, como sempre!
Beijinho amigo


Enviado por Tópico
HelderOliveira
Publicado: 26/06/2016 17:21  Atualizado: 26/06/2016 17:21
Da casa!
Usuário desde: 09/02/2014
Localidade: Angola
Mensagens: 314
 Re: FORTALEZA
Soneto de leitura agradável e de uma beleza musicada. O contraste entre as noites de breu e o clarão do luar... entre as gentes das aldeias que parece viverem longe do bulício do mundo e esse mesmo mundo que, indiferente, prossegue a sua marcha como se essa gente não existisse...

Parabéns, RicardoC, pelo belo poema.
Um abraço do
HelderOliveira