Poemas : 

Desistente da verdade

 
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O desistente sai do templo
Deleta seu nome na página do saber
Desiste de si mesmo
Desiste dos homens
Já não vê o sol
Nem o brilho das estrelas,
Desiste da verdade
Retira sua marca d’água
Do baú das ideias quinhoadas,
Levanta âncora d’opinar preciso,
Navega à deriva no mar de letras
Livra-se do cais de quem escolhera
Pelo mérito da verdade das palavras
Que singram nas letras d’Ouro
Ora embaciadas pelo ódio impreciso.
Pela vaidade ou rancor
Deixa-se levar pela correnteza do mal
Que lhe corrói a alma
Prenhe de ciúmes cegos
Como inverdades da sua alma,
Fez do seu olhar gótico
Ignóbil mundo chaveado
E escuda-se atrás do silêncio

Adelino Gomes-nhaca



Adelino Gomes

 
Autor
Upanhaca
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