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Dúvida.

 
Tags:  Dúvida.  
 
o que seria da morte
sem a vida?!
da vida, sem a morte?!

qual o caminho certo,
labirinto, escada,
corredeira, tempestade?!

homens submersos,
em portos abandonados,
represam o leito do amor...








 
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cavenatti
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Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 23/07/2016 15:20  Atualizado: 23/07/2016 15:20
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: Dúvida.
Vida e Morte como as duas faces de uma moeda. O que seria de uma sem a outra? Uma moeda de uma só face… uma não-moeda, um não-conceito, uma não-forma.
“Subtracção?!”… Talvez… já que, ao subtrairmos uma à outra, a segunda se subtrai no mesmo instante, extinguindo-se.
E agora vem a minha parte favorita (pelas imagens e consequentes mensagens que me surgem):

“qual o caminho
certo;
labirinto, escada,
corredeira,
tempestade?!”


Eu diria que todos os caminhos são válidos, mas nenhum é certo. Porém, digo-o com dúvida (e num poema que se intitula “Dúvida”), por isso o melhor é não nos precipitarmos em encontrar respostas, ficando-nos pelas dúvidas.
Os labirintos têm um caminho exacto mas cheio de entraves e de difícil encontro, mas parece-me que o melhor é andar pelo labirinto, deambulando e tropeçando, e não ter pressa em atingir o fim.
Uma escada dá-nos a ideia de que podemos ir ascendendo em algo, bem como cair uns quantos degraus de seguida e termos de nos voltar a levantar, apesar das nódoas negras, se quisermos subir mais (parece-me ter algo a ver com a vida, sim...)
Uma corredeira é certamente o que a sociedade queria que fôssemos. Correndo velozes, velozes, por um caminho fixo e sem olhar para trás nem para os lados. Corredeira somos, também, quando a natureza nos impele para algo - focados num objectivo, numa paixão, num desejo.
“Tempestade?” Sim… e cheia de trovões e relâmpagos. É com elas que mais aprendemos a dar importância aos dias de sol ou mesmo de tempo ameno.
Imaginando o mundo como um tecido, um “leito do rio” ou um “ leito do mar”, o que o deforma do seu curso?

“os homens submersos
os navios náufragos
os portos abandonados”
?

Talvez… mas o que represa é, muitas vezes, aquilo que também dá sentido ao fluxo, tornando-nos mais capazes de o suportar.
Um poema cheio de dúvidas… para nos fazer duvidar dele (e sobre ele) e divagar.