O céu é azul porque eu quero, quem me garante a mim que o acro-íris não é o reflexo do que somos? Quem? Não será o céu um espelho onde vemos reflectido o que sentimos. Quando estou triste meu céu é cinzento ou preto também, quando estou alegre ele se torna azul, quando estou cansada ele se torna bege e castanho, quando estou na praia é vermelho, quando estou na montanha é amarelo. A cor do meu céu está sempre de acordo com o meu estado de espírito.
A minha verdade é só uma, faz a diferença antes que a diferença te faça a ti, para quê ser farinha do mesmo saco, barro do mesmo pote, semente do mesmo nabal, lixo dentro do caixote, para quê? Se podemos ser heróis de nós mesmos! Se podemos erguer a cabeça e deixar de ser iguais, se podemos gritar de vez em quando uma revolta qualquer, mesmo que ela apenas exista dentro de nós mesmos.
A ideia de liberdade presa numa mente é o grilhão mais apertado da corrente, a verdadeira liberdade nem se dá conta de existir, só a pensamos quando a ofendem. A minha liberdade? Nunca a penso mas sei que existe embora lhe não encontre limites. Até onde vai a liberdade de cada um? Até à liberdade do outro igual! Até onde vai a liberdade do outro igual? Até à liberdade de nós mesmos.
Até podem achar que isto é parvoíce mas eu sou dona da minha verdade tanto como vocês são da vossa, um dia hei-de escrever algumas páginas dedicadas às minhas filosofias e quem sabe um dia os meus netos não as estudem na escola.
Se me dão a conhecer uma verdade, aceito-a mas ponho-a à prova, se deitam ao chão e pisam a minha verdade eu aceito mas não deixo de acreditar nela, afinal, é a minha verdade apenas e se não acreditar nela deixará de ser minha, não terei depois a liberdade de a voltar a usar, não terei tempo para lhe atribuir uma cor.
E a vossa verdade? Faz a diferença?
. façam de conta que eu não estive cá .
Re: Filosofias de Margarete
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