Poemas : 

Rosas e Cardos

 
Sinto as pernas a tremer,
O chão imperfeito a fugir,
O cabelo a ficar grisalho...
Rugas de riso e trabalho,
A vista a diminuir,
Todo o corpo a desfalecer.

Finto a morte que espreita,
As chamas que consomem a vida,
Vento que atiça a fogueira,
Espinhos que tapam a roseira.
Olho o horizonte em tons de despedida
Desta existência que se enjeita.

Um último salto para o abismo...
Pensado, ponderado, arriscado,
Fito o nome escrito na lápide
O fim mórbido que ninguém decide...
Olhar turvo, apagado
Nestas páginas de eufemismo.

Rosas que brotam dos escombros
Ladeadas de rezas pueris,
Regadas com sangue inocente
Derramado pelo homem intolerante,
Lendas numa história que condiz
Com o simples encolher de ombros.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/03/2008 19:30  Atualizado: 03/03/2008 19:30
 Re: Rosas e Cardos
Olá poeta, seus versos tem mais cardos do que flores...a vida banalizada pela história, impunidade e omissão....bjs


Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 04/03/2008 15:49  Atualizado: 04/03/2008 15:49
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: Rosas e Cardos
Gosto muito do poema, apesar da crueza, da dor... Mas a vida é mesmo assim e a morte está sempre à espreita. Nalguns casos anseia-se por ela...

Beijo


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/08/2012 22:13  Atualizado: 04/09/2012 00:03
 Re: Rosas e Cardos
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