Poemas : 

Bombeiros

 
Reacende-se o chão patrício
Por entre olhares fumegantes
Mãos livres e ensanguentadas...
Desfolha-se ali o imundo vício
Das mentes queimadas, ignorantes
Vidas vagas de memórias, cremadas

Esses cães de fila, otários indulgentes
Espreguiçados em poltronas suaves
Que gargalham da miséria alheia
Sapatos de polainas, pés quentes
Canalha mãe desses crimes mais graves
Esses ricaços chefes de alcateia

Falta pão na mesa, a história no olhar
Falta o filho, o pai, o grande amigo
Falta... o sentimento amargo da falta
Aos outros do resort à beira-mar
Aqueles que não cheiraram o perigo
Que, em hipocrisia, dão pêsames à malta

A terra chora a perda de quem a pisa
A dor de quem a acaricia e ama
De quem com sorrisos a cultiva...
A terra já nada dá a quem precisa
Nem sequer ouve a quem a chama
Está morta para quem a quer viva

Reacende-se uma lágrima de esperança
Cada dia nasces e renasces Bombeiro
O chão é o teu céu, Vida por Vida...
Reacende-se o sonho de toda a criança
Ser amanhã mais um teu companheiro
Saber que a causa não está perdida


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 23/08/2016 18:34  Atualizado: 23/08/2016 18:34
Usuário desde: 06/11/2007
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Mensagens: 1914
 Re: Bombeiros
Uma critica social a verso é intervenção.
Os bombeiros merecem este cheiro a fumo que trabalham. Apagado o fogo tem mais fumo. Deixas também um murro na hipocrisia dos responsaveizinhos disto tudo.
Tudo muito sentido e bom!

Abraço

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 24/08/2016 21:26  Atualizado: 24/08/2016 21:26
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: Bombeiros
Olá Fernando,

Muitas verdades e muito bem escritas!

Gostei muito!



Beijinhos