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e:mails de um amor efemero - VIII

 
Quarta-feira, o4 de novembro

O7:04 - L'Atelier de la vie - Vou começar a datilografar os cadernos que achei de 2005.

Bom dia. minha Sapidacia querida, tão distante e tão proxima de mim e do meu coração.

Je pense em toi, mon amou, mon rêve bon et je la veux par moi. Un vents froid rafraichit mon âme e je te regarde en chez toi - dans la salle à manger en prennant son brakfest seul, bien vetue, parfumée et en pensant em moi et moi en pensant en toi - et nos pensées se croisent dans l'espace de nos sentiment qui on sent un par autre.
(Eu penso em ti, meu amor, meu sonho bom e a quero para mim. Um vento frio refresca a minha alma e te vejo em tua casa - na sala de jantar, tomando seu café sozinha, bem vestida, perfumada e pensando em mim e eu en ti e nossos pensamentos se cruzando no espaço de nossos sentimentos que nos sentimos um pelo outro). Relendo o meu diario de 95 encontrei um singelo poema meu intitulado Autobiografia:

Não sou um homem comum
nem um burguês solidificado
em torres insones da mente

Sou comum na expressão silenciosa
dos olhos correlatos
a vislumbrar um futuro que não vem

Sou comum na alma gemea
dos amantes carnais
na luta antagônica do amor

sou comum no pensamento uníssono
dos pacifistas e dos sofridos

Sou membro, sou voz
humano, terreno espiritualista
no caminhar nas estrelas
na eterna busca do nirvana

24.09.95

- Olá mi Padre - Grita da calçada o meu amado filho com um belo sorriso estampado na sua branca face. De boné ao contrario, entra alegre - estende a mão pedindo a benza. Levanto-me para abraça-lo e beija-lo candidamente na sua face. - Recebi o meu boletim - continuou todo contente.
- E ai, já mostrou para sua mãe?
- Já, mas ela não disse nada.
Mario
Levanto-me novamente:
- Nenhuma nota vermelha?
- Apenas um cinco, mas tirei oito em Matemática
O abraço novamente dando-lhe os parabéns e extraindo dele a esperança de não ficar de recuperação para não zangar a sua mãe.
- È isso ai, mi hijo amado, continue assim e nada de ficar de recuperação.. Mostre a sua capacidade a si mesmo.
Ele sorriu inocente e foi para a sua aula particular, alegre e satisfeito assim como fiquei também. Lia Mario de Andrade.
09 e pouco - de volta a oficina depois de merendar um cuscuz com fígado na casa grande de mamãe.

19:horas - Na Lan da Praça Sete Palmeira / Viva Vila Embratel

- Boa noite, minha adorável namorada! Com vai a senhorita?

Estou numa Lan em frente a Praça. Desconfio que novamente a net que nos separar. Mas não consegue, por que somos artistas das letras e sempre sabemos um meio para nos comunicar. Daqui tenho uma visão bonita e total da praça, a quadra ao fundo, o pequeno anfiteatro.O palanque coberto de brasilit. Já ti falei, aqui o clima é interiorano e bucólico. Manadas perdidas nas ruas. Poxa, bebê eu queria tanto conversar contigo. Gostei da sua magnifica ideia de homenagear os grandes poetas desconhecido da tua cidade.. Imagino a alegrias desses senhores, um ato digno de uma princesa - meus parabéns, meu amor -
Terminei Guerra e Paz e começo o Sargento Getúlio do meu querido João Ubaldo, também é o primeiro livro dele que leio. Mas conheço a sua obra, através da TV, muitos viraram seriado na Globo. E continuou lendo aos pouco Mario de Andrade e um livro em francês de um escritor americano "Certains les aiment jeunesse".
Estava tão empolgado quando começamos a conversar ainda pouco e zap - vem a maldita net novamente cortar o nosso namoro virtual - Mas faz parte do jogo, o importante e que nossos pensamentos se cruzem no mesmo espaço entre nós. Não importa a distancia, a conspiração do universo, a lei de Murphy (você conhece, o enunciado dessa lei), nada vai nos impedir de sermos felizes, li uma frase de Tolstói que grafei:
"Para ser feliz, é preciso acreditar na felicidade. Enquanto estamos vivos, é preciso viver e ser feliz"

Não tenho escrito nada(somente os diários), estou apenas lendo, é necessário, preciso absorver novas técnicas narrativas que só os grandes mestres sabem ensinar. Poxa Day, só você para me proporcionar tamanha alegria. Estou pensando em continuar um conto que estava escrevendo em francês "Les Cahiers du Père José" - Os cadernos de Pai José - uma historia triste de um morador de rua que vive nos prédios antigos da Praia Grande, conhece um pouco de francês, espanhol, italiano, - tem vários amigos um alemão, um italiano -Mora com seu cão Fome - acho que vou começar a verte-lo para o português. Essa semana vou ao centro ver o que os mandachuvas resolveram, já sei de cor e salteado as respostas, não - não tem verba e etc e tal:
"O seu processo ainda não foi achado e mesmo a assim a Secretaria esta sem verba, venha daqui há um mês." _ Vai me dizer a mesma senhora que toda me atende e faz cara de pena
" O presidente ainda não teve tempo de ler " - Vai se desculpar a senhora da Aliança Francesa - o oficio já fez mês e o excelentíssimo Senhor Presidente ainda não teve tempo... ele é super ocupado é também presidente da CAEMA -
" O seu oficio ainda esta na mesa do Reitor" - o Rapaz da ante-sala do Gabinete do reitor - o mesmo tempo que esta morfando sobre a mesa do Magnifico Reitor, ele também não tem tempo para ler um oficio de um humilde poeta autodidata, pedindo um patrocínio para o seu livro bilíngue. Eles nunca tem tempo... acho que vou fazer um poema com esse titulo "Eles nunca tem tempo... para atender o povo - mas seu eu fosse um piauiense ou paulista, todas as portas já estariam abertas e o patrocínio garantido... mas é um poeta do povo, sem eira e nem beira, apenas um artista das letras,um ferreiro, sem um diploma... ninguém tem tempo para ele. Mas vou continuar a minha luta, vou me aperfeiçoar e vou vencer com o meu talento nato que Deus me deu. E você Day querida ao meu lado. Já estou acostumado com essas coisa, mas um dia as coisas acontecerão normalmente - e um dessas dádivas divinas foi conhece-la. Você é essencial. beijos.

Extraido do livro homonimo publicado pelo Clube de Autores (www.clubedeautores.com)

 
Autor
r.n.rodrigues
 
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