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Confissões de um aprendiz de escriba - IV

 


IV

Domingo, dia da eleição do segundo turno. Ingeri duas "Fluo" depois do café. Lendo "Luzia Homem"- mas o pensamento está longe e cheio de preocupações, principalmente no meu atual maior pesadelo que é o portão de Dona Helena que a tinta persiste em não secar. Acho que as pílulas estão fazendo o efeito. Ouvindo um bom 'chorinho' na FM Universidade

A pobre pequena Adrielle sozinha em pé encostada na parede da sala com os olhos marejados, sentindo-se rejeitada pela mãe, abandonando-a aqui e levando os outros irmãos. Minha cunhada foi votar no centro no bairro da Madre de Deus, acompanhando Clarinha e mãe que mora para aquelas bandas.

O triste fim da bela Luzia assassinada pelo soldado Grapiuna na subida da Serra da Meruoca, lutando para defender a amiga fiel Terezinha que descobrira as maldades dele para incriminar injustamente o inocente Alexandre, rapaz direito, trabalhador e apaixonado pelos encantos da bela.

O prefeito se reelegeu.Não votei estava sem dinheiro para a condução. Deito-me inquieto e ansioso. Nem jantei. Ultimamente ando meio sorumbático e desmotivado. Escrevo porque é necessário para a minha sobrevida. São circunstâncias que me asfixiam, penso em suicídio, seria melhor de tudo, para acabar de vez com esses problemas que nunca são solucionados



 
Autor
r.n.rodrigues
 
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