Onde estivesses seria na tua mão a força aberta
do silêncio
a rasgar ímpio semente copiosa da palavra.
O verbo
o verbo solto, o arrepio,
o calafrio hirto do Sol,
do Sol herético em movimentações d’almas
em voluteio de rio de montanha,
rápido em degelo pretérito.
Agora ali
e mais além, tão longe quanto meus olhos avistam
a Lezíria de horizonte infinito.
Do rio ao Sul vem
o rosa
o cinza-anil
no trespasse audaz da noite em novo dia. Boreal.
Aqui os cheiros, os tons,
das buganvílias,
das hortênsias novas,
em todos os jardins secretos de mim
e as flores, as flores, amado,
em quedas no pátio das laranjeiras ao fundo do quintal
em sons castanhos de terra…
sons d'antanho ... pétalas lado a lado.
Onde estivesses
celebraríamos o crescente do beijo em lavas da saliva
em ritos
em águas livres
em audácias esculpidas, prenhes de pranto,
de fogo, fogo-fátuo,
debulhado ao milho-rei em eira orbicular.
Linho crespo e branco, tecido brando de meu corpo
na roca do teu fiar.
… onde estivesses!
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