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Poema do velho Pirata

 
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Aos vossos postos reles piratas!
Icem as velas deste pútrido navio!
O vento chama por nós uivando.
Zarparemos a coberto do nevoeiro,
Nesta noite em que a Lua vadia.
Canta connosco o hino de terror.

Malditos bêbados preguiçosos!
Hasteiem a nossa bandeira vermelha,
Esfarrapada pelo tempo irremissível,
Mas manchada como a cor do sangue,
De todos aqueles que esventramos,
Trespassados pelo frio da espada.

Vamos rapazes, hoje é noite de festa!
Esta velha carcaça zarpa novamente!
Deixem que o vento uivante nos leve.
Cantem para que todo o mar nos oiça.
Entoem hinos sobre tesouros nefastos,
Saques terríveis, maldições e glória.

Seu bando de bandidos renegados!
Piratas salteadores, sem lei, nem honra!
Oiçam a minha voz corroída de ambição.
Eu, o vosso capitão hediondo vos digo:
Que novas aventuras nos chamam,
Por entre o convés podre desta barca.

Aos canhões seus miseráveis!
Façam ecoar uma salva de fogo,
Por entre este nevoeiro amaldiçoado.
Que tremam os justos navegantes,
Porque nesta noite condenada,
Os piratas zarpam no seu navio infernal.

Sigamos mar a dentro marujos imundos!
Este nevoeiro cerrado está connosco!
Que tremam os nossos inimigos.
Hoje pilharemos sem misericórdia,
Degolaremos a garganta dos heróis,
E tomaremos as mulheres com ardor!

Cantem homens, cantem vitoriosos.
Feitos de pirataria, pilhagens audazes!
Praguejem orgulhosos da vossa insurreição.
Nada pára este velho navio maldito,
Nada pára a nossa vida de aventura,
Nada sacia a nossa fome por ouro!

Ergam as vossas espadas orgulhosos!
Pois uma nova viagem nos espera.
Muitos mapas de muitos tesouros.
Muitas maldições cairão sobre nós.
Mas unidos cuspimos sobre o perigo,
Invencíveis neste navio assombrado.

Alegremo-nos, vil escumalha desprezível!
Transformemos o oceano em inferno
E nas suas chamas naveguemos esta barca!
Oiçam a voz encantada que o vento traz.
Grita o nosso nome com fervor.
É a voz dos Deuses da guerra e do medo.

Sintam o cheiro do mar nesta noite maldita!
Inebria-me o aroma da liberdade!
Homens, ladroes, assassinos, piratas…
Assim somos nós, livres neste navio,
Que ruma imponente por entre a bruma
E na sua rota nos leva a façanhas imortais…


“Para amar o abismo é preciso ter asas…”

 
Autor
Transcendente
 
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