Prosas Poéticas : 

A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte II)

 
Cega-se-me a vida quando leio algumas palavras tuas, perco-me num infinito de arrogância, de ignorância, de loucura momentânea. Sinto no corpo as chicotadas que cada letra me dá por ter estado tanto tempo sem perceber o seu verdadeiro significado... apetece-me recomeçar tudo de novo.
Não se será o peso de alguns anos a mais, se medo puro. Medo de te ferir, por um dia ter pensado que não servíamos um ao outro.
Mas as almas parecem encaixar-se na perfeição, o borbulhante sentimento apaixonado quando partilhamos a mesma Lua, o mesmo céu azul e sereno ou até mesmo as chuvas mais copiosas que nos possam atingir, juntam-nos num só respirar.
Entrego-me ao teu destino como se fosse algo inevitável - sei que o é se quisermos - e entrego-te o meu se um dia o quiseres partilhar. A felicidade que encontro nas tuas palavras excede-se para além de qualquer coisa neste mundo, ilumina as sombras que nos perseguem e que tendem afastar aquilo que não é nosso ou que talvez seja, mas que nos ultrapassa.
Pensemos apenas que já não falta tudo e que a cada dia o futuro fica mais próximo, vamos viver esta vida até lá.
Eu, por mim, todas as noites vou contornar o teu sorriso com o meu e lembrar o teu nome letra a letra até me cansar, como se tal fosse possível.
Lembra-te apenas que serás sempre a mais bela flor que embeleza o meu mundo, a mais doce melodia que embala o meu sono, a mais suave carícia que preciso para me sentir vivo.
Sabes? Sinto-me rejuvenescer quando te olho! Tiro os olhos dos livros, vou até aos meus ficheiros fotográficos e passo longos minutos a apreciar a tua beleza exótica, o teu ar despreocupado de menina reguila e simpática, o teu sorriso atraente e cativante que muda o estado de espírito de qualquer um.
Talvez devesse perder uns anitos, rejuvenescer a sério e voltar aos meus vinte anos, voltar a ser jovem contigo deveria ser algo de maravilhoso. Sentir-me assim já o é, portanto...
Não deixo, no entanto, de sentir um certo receio, quanto à fragilidade deste nosso assunto, será da idade?


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Alberto da fonseca
Publicado: 29/04/2008 10:08  Atualizado: 29/04/2008 10:08
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 Re: A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão d...
Caro Alemtugos, o amor não tem idade, como sempre se disse, não há idade para amar.
Fragilidade só pode haver, se o amor for frágil, quando é forte, não há problema nenhum.
Quer um exemplo? vou-lhe contar um segredo, aqui no Luso, que ninguém nos lê, Eu sou mais velho que a minha mulher de 22 anos, ou por outra, ela é mais nova 22 anos rsrsrsr nunca tive problemas, assumimos a diferença e o nosso amor continua forte com o nosso filho e dois nétinhos.
Abraço amigo
Ada fonseca


Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 29/04/2008 10:20  Atualizado: 29/04/2008 10:20
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 A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão d...
Teimosamente escrevo as continuações das tuas cartas, mesmo que insistas que sem direcção ou sem rumo, mesmo assim.
A idade? Sobre a idade falarei no meu texto meu querido.

Um beijo em ti*


Enviado por Tópico
goretidias
Publicado: 29/04/2008 12:20  Atualizado: 29/04/2008 12:20
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 Re: A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão d...
Um bom texto!
E ... não, não é da idade!
Um abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/04/2008 14:17  Atualizado: 29/04/2008 14:17
 Re: A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão d...
Alentagus,

A carta está bela e expressiva.Não é a idade separa o amor: é o medo do depois.Se verdadeiro o sentimento ambos são jovens, pois ao coração e ao afeto não existe cronologia de tempo e/ou espaço.O mar está cacheado diante de ti. Se é amor mergulha nele e felicidades!
Bjins meus, Betha.


Enviado por Tópico
Carolina
Publicado: 29/04/2008 22:37  Atualizado: 29/04/2008 22:37
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 Re: A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão d...
Ohhh...também penso como tu, mas acho errado,

a idade, a idade, a sociedade, o ridículo,

sei lá...

Força

beijos