Sonetos : 

COLINAS DO CORPO

 
Despe minh’alma, rua dos teus sentidos!
Mar do orvalho, tão casto por desvendar...
Ébrio barco, sem paz a soluçar...
Manta ardente que queima meus ouvidos!

E quem sabe, tal neve disfarçada,
Encontre pelo vento rotas fúrias.
No vazio do destino, centúrias...
Aportando por vinco das aladas!

Vestes, que se retiram nas colinas,
Do corpo, marginal das madrugadas.
Colheita dos amores murmurados;

Na bonança, desertos desvendados!
Pelos toques, minúcias cultivadas
Na vida, como brilham as retinas!

(Ledalge, Colinas do Corpo)


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
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Ledalge
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Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 06/05/2008 15:41  Atualizado: 06/05/2008 15:41
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 Re: COLINAS DO CORPO
Núria,

se estes versos não fossem talhados com tanto decoro não me fariam sentir mais devasso a imaginar, indecente a desejar, pecador a me supliciar diante de uma visão tentadora...
Bjo