Luso-Poemas
 
Crónicas : 

Memórias de um repórter

 
Iam,num carro de polícia, como bichos ao matadouro.Um era quase um menino. No entanto, ia também como bicho, sem que lhe respeitassem a dignidade humana. Ali ninguém era humano. Um deles levou um murro na nuca, que o fez desmaiar, não sem antes vomitar um pouco de sangue. Outro teve o revólver de um policial enfiado na boca. Qual o crime cometeram? Um só. Serem pobres. Foram atirados, depois de assinar o que não fizeram, numa cela comum. Com direito - direito?!- a pão e água. E a privada imunda da cela que ocupavam.Um mês depois, percebeu-se a injustiça. E foram postos em liberdade. Três meninos. Mas a mácula neles ficou para sempre.

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Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
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Enviado por Tópico
Frederico Rego Jr
Publicado: 13/06/2008 23:11  Atualizado: 13/06/2008 23:11
Membro de honra
Usuário desde: 15/01/2008
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 330
 Re: Memórias de um repórter
Uma sociedade imunda como a nossa só pode gerar esse tipo de aberração . Realmente, companheiro Júlio, é uma tragédia ser pobre em nossa pátria. Um grande abraço .

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/06/2008 23:37  Atualizado: 13/06/2008 23:37
 Re: Memórias de um repórter
Enquanto houver incompetentes nos: governos, nas policias e na sociedade. Os pobres sofreram, sofrem e sofrerão injustiça. Sabemos que são inocentes pelas próprias circunstâncias, mas primeiro vem injustiça.
Viver a pão e água, já é uma injustiça maior.
Meu abraço.

Silveira

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