Diluída mente em espiralar escarrro
Farta do mundo e das suas doutrinas
O rio corre em mim e tenho dó
Dos borbulhantes cafetãos da esquina
Dos cigarros, do idiota só
Que esbarra na latrina da empolgação.
Um pássaro arqueado e abatido
Bossal, fodido e tão sisudo
Farta dos dementes de alcova
Que ditam seus cadernos de revolta
Farta dos meninos vadios!
Dos oxigênios amargos que descem daquela minha garganta.
Da poesia ditadora e macilenta.
Dos caprichos dos manés e dos capetas
Que vivem a soltar seus gases sujos
Na consciência humana e como burros
Baixam as orelhas vazias!
(LEDALGE, 2008)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)