Tenho o meu pensar
Naquele estranho mar
Onde não encontro nada
Quando caio na almofada
Cabeça minha baralhada
Como aquela carta dada
Naquele dia esquecido
Tenho o olhar ferido
Aquele livro que olha
Sentada a que desfolha
As mensagens por mim lidas
Que vão deixando feridas
Todo eu quero ter
Sem nada poder ver
Remexo no passado
Estou a ser enganado
Pelo meu maior pavor
Que me traz a dor
Num mundo de ilusão
Da minha dramatização
São a penas duas cartas
Que tem vidas fartas
No mundo que me rodeia
Na vida que me odeia
Passado que és mal dito
Cérbero que esta frito
Mundo de profundo escuro
Dito por todo o meu duro
Martins Silva