MAIS ALGUNS RELÂMPAGOS

aos meus olhos, relâmpagos posicionados numa ordem perfeita, igual perfeição foram escritos e gostosos de serem lidos. o 5 então; mais que perfeito, mas uma cruel desesperança.

Silveira

beijo amiguirmão.

ATÉ TAM,BÉM TROVEJA E FAZ RELAMPAGOSM PORÉM RELAMPAGOS LONGINQUOS TAL COMO O HOMEM E O BOI, E AS PUTAS DA ESQUINA QUE AQUI SÓ LÁ PARA PERTO DE ALGUNS HOTEIS DE LUXO, MAS FORA DELES RSRSRS.

ESTAS SUAS REFLEXÕES SÃO MUITO PROFUNDAS O QUE NOS LEVAM A FICAR PENSAMENTO O QUE IRÁ PELA MENTE O POETA.

EU COMPRENDI, NA INTEGRA.

PARABÉNS UM ABRAÇÃO AMIGO

mais um poemas à julio saraiva. daqueles que dá para
o dia e dá para a noite.
o teu toque surreal eu consigo escutar.
abraço.

RELÂMPAGOS & TROVÕES
Júlio Saraiva & Maria José Limeira


1.
SILOGISMO

Em comum a mesma dor de corte fundo.
Cada qual com sua canga,
Homem e boi nada esperam deste mundo.

(Júlio Saraiva)
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1.
IN-COERÊNCIA

Se dizem que eu levo
vida de gado,
por que é que o boi engorda
no pasto
e aqui em casa eu emagreço
à base de xerém?

(Maria José Limeira)
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2.
CHORINHO

Bandolins acordavam
ternuras em mim.
Hoje,
cadê ternura?
Hoje,
cadê bandolim?

(Júlio Saraiva)
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2.
MEDIA-LUZ

Ontem,
era um gato de porcelana,
na meia luz do quarto,
ao som de um tango argentino.

Hoje,
já não posso mais
dormir à noite,
nem durante o dia.
O gato no telhado mia,
mia, mia...

(Maria José Limeira)
...........


3.
AÇÃO ENTRE AMIGOS

Rifo:
um pente de tartaruga
uma coleção de selos
& um soneto de pé quebrado.

(Júlio Saraiva)
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3.
OFERENDA

Ofereço aos meu amigos
o que há de melhor em mim:
todas as flores
do meu jardim.

Aos meus inimigos,
oferto apenas uma palavra
que se escreve assim:
Não.

(Maria José Limeira)
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4.
CORDA BAMBA

O que ainda me mantém em pé
é o desequilíbrio.

(Júlio Saraiva)
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4.
CORDA DE ENFORCADO

O que ainda me mantém
desperta
é não saber
o que vai acontecer
no mundo
daqui a três dias.

(Maria José Limeira)
............


5.
Apodreci com as palavras.
Agora
nem as putas daquela esquina
me dão esperança.

(Júlio Saraiva)
..........

5.
As palavras amadureceram
a tal ponto que,
na próxima primavera,
florirão.

Os frutos hão de surgir
logo em seguida.

(Maria José Limeira)