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Lápis cor-de-pele

 
Tags:  desordem  
 
Peguei numa caixa de lápis de cor
para com eles fazer um desenho,
dos traços que fiz saiu um senhor
alto, com um sorriso estranho.

Pintei a sua roupa de azul celeste
e os seus sapatos de verde alface,
o céu pintei de um escuro cipreste,
mas parei ao me deparar com a face...

Com um lápis de cor-de-pele na mão
colori o rosto de rosa, de castanho...
e com a firmeza de sempre parei!

O Homem sem nome, mas com coração
tinha a pele enrugada, tamanho
foi o vinco que na pele lhe deixei...


(Cor de pele???)


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
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1888
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/06/2008 13:59  Atualizado: 19/06/2008 13:59
 Re: Lápis cor-de-pele
Rogério,
Um poema com imagens poética bonitas e criativas.O lápis cor-de-pele está genial.E a pergunta em adendo
"cor de pele?" leva a gente a pensar...Muito bom!
Bjins, Betha.