Poemas : 

OS DESAJUSTADOS

 
Um dia sou eu; outro, é ela ...
Que endoidece, perde a estribeira,
Falando tolice, dizendo besteira,
Colocando o romance em grave perigo!

Um dia sou eu; outro, é ela ...
Que chuta o balde, vira o jogo,
Apertando o gogó, cuspindo fogo,
Como se a gente fosse inimigo!

Um dia sou eu; outro, é ela ...
Que explode à toa, a qualquer hora,
Batendo a porta, gritando lá fora,
Num estranho gesto de selvageria!

Um dia sou eu; outro, é ela ...
Que fecha a cara, e o tempo também,
Desferindo golpes com as armas que tem,
Tumultuando o ambiente com grosseria!

Um dia sou eu; outro, é ela ...
Que é racional, e é perspicaz,
Propondo assinar um acordo de paz,
Para acabar com o feio confronto!

Um dia sou eu; outro é ela ...
Que chega com jeito, bem de mansinho,
Expressando afeto, fazendo carinho –
E de novo o cenário do amor está pronto!


PERFIL

Não sou lindo.
Não sou lenda.
Mas sou ledo.

Penso muito.
Falo pouco.
Desde cedo.

Renego a morte.
Desprezo às trevas.
Odeio a dor.

Aprecio a vida.
Gosto da luz.
Amo o amor.

 
Autor
Vadevino
Autor
 
Texto
Data
Leituras
811
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/06/2008 19:24  Atualizado: 23/06/2008 19:24
 Re: OS DESAJUSTADOS
É nesses "desajustes" que se ajusta uma relação de afeto.O poema tem realismo de sentimentos, boas rimas e certo humor.
Bjins, Betha.