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Procuro-me

 


Procuro-me e não me encontro!
Fiquei algures olvidada no tempo
Num espaço partilhado outrora em junção
Por cumplicidades de benevolência
Risos e gestos em união
Protegida em abraços de ternura
Num caminhar ombro a ombro qual fado
Mãos dadas como laços de afectos
Num pôr-do-sol laranja dourado

Procuro-me e não me encontro!
Fiquei algures entre lágrimas de sal
Reclusa de apatias desassisadas
Num salão sombrio de estátuas que se agitam
Na minha direcção
Nas cores ausentes do preto e branco
Perduro em telas medíocres de inaptidão

Procuro-me e não me encontro!
Prisioneira fiquei dos ciúmes de gente alheia
Das inseguranças nebulosas de viventes resignados
De autómatos sem emoções ou razão próprias
Transformadas em perigosos abismos
Xadrez de chantagens imperceptíveis e subtis
Cativa de fantoches renascidos egoísmos
Procuro-me e não me encontro!
Procuro-me, procuro-me!
Na escuridão acendo velas
Mas sei que parti para longe, muito longe!
Para lá das estrelas!
 
Autor
AnaMariaOliveira
 
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Enviado por Tópico
deep felling
Publicado: 11/07/2008 12:05  Atualizado: 11/07/2008 12:05
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 Re: Procuro-me
adorei o poema!e o final fica a matar