Crónicas : 

POR UM MUNDO MELHOR

 
O ponto principal que tem de ser ressaltado é o que verdadeiramente queremos para o mundo, ou antes disso ainda, qual a significância de “mundo”para cada um de nós. Será que o mundo em questão é somente esta circunferência suspensa entre barbantes imaginários, com uma leve tonalidade cinza que ofusca a belíssima coloração azul celeste, não, certamente não parece ser sobre esta visão primária de mundo “distante” o qual me refiro. O que queremos para o mundo, retomemos a questão; um mundo sob o qual me identifico, pois encontro nele partes que fazem parte de meu ser, um mundo que não sou apenas mais uma peça simplesmente, e sim, outro braço que trabalha dia após dia na construção conturbada deste mesmo mundo. Definido o mundo, volte-mo-nos as questões fundamentais a cada braço em seu singular valor. A todos os outros braços que passo a passo edificam canto a canto as extensões de cada novo hemisfério.

Na verdade o que queremos para um mundo melhor é o fim da guerra entre irmãos que se utilizam de justificativas injustificáveis, tais como “guerra santa”, “raça pura”, “antiterrorismo” e etc. Queremos o aniquilamento à instituição do feudalismo medieval capitalista do mundo pós- moderno em que todos somos desumanamente escravizados com nossas carteiras assinadas e condenados a perdermos 90% de nossas vidas atrás de mesas e balcões a fim de suster necessidades muitas vezes asseguradas na Constituição Federal.

Queremos ouvir que as pessoas estão buscando na educação, na cultura ou na arte, aquilo que antes só lhes eram possíveis nas drogas fracionadas, nos maços de cigarros tabelados, nas caixas de psicotrópicos receitados. Queremos ver o fim do salário mínimo, a novela anual do Senado Federal, encenando um aumento de 0,02% ao ano, queremos sim, o fim do décimo terceiro, e quem sabe um dia podermos brindar juntos a conquista de um salário mínimo digno a todos, capaz de fazer jus a Constituição maior deste País. Queremos despertar num dia qualquer e seguirmos a nossos serviços em uma condução que não tenha de optar entre a eficiência e o conforto. Não ver nas ruas pichações ou vandalismo gratuito, mas em dissonância disto a arte urbana, sorrisos e flores nas praças públicas despreocupadas em disputar lugares com sacolinhas plásticas e bitucas de cigarros. Queremos a retomada desenfreada do valor humano, o fim dos bancos preferenciais para idosos e pessoas com necessidades especiais; o reflorestamento da Amazônia, o amor ao próximo, a Paz.
Brasil
Queremos ver o fim dos cargos públicos remunerados, do nepotismo, das vistas grossas, do oportunismo à brasileira, somos completamente a favor da volta do voluntariado político, das eleições abertas, da desobrigatoriedade do serviço militar, o direito a sermos em fim respeitados, a implantação da verdadeira democracia. Não queremos mais encontrar nossas crianças nas ruas, nas lagoas, em parques e viadutos, e é claro, tão pouco vê-los arrastados por entre vias ou arremessados pelas janelas. Queremos dentre tantas coisas o fim dos dízimos e do enriquecimento ilícito divino. Em fim a notícia que almejamos para construção deste mundo melhor, é que isto não seja apenas mais uma entre milhares de redações esquecidas e condenadas a uma gaveta escura e fedida a mofo e sim uma imagem corriqueira no dia a dia de nossas vidas.

21/06/2008
21h25m.


 
Autor
Dimythryus
 
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