Poemas -> Introspecção : 

BOLERO DE RAVEL

 
BOLERO DE RAVEL

Calmo e envolvente.
Começa assim.
Vem dolente.
Vem aos poucos;se apodera.
Fecho os olhos. Eu silente.
Ele impera.
Abandono o ambiente.
Eu flutuo. É lascivo.
Me permito essa viagem.
Me entrego à miragem.
Já não quero ser cativo.

Vai num crescendo a euforia.
O coração descompassa.
O som é forte.
Encoraja.
Arrebata, me alivia.
Acompanho a cadência.
Estrondosa melodia
Entra em mim, esvazia
A tristeza que perpassa.
Abro os olhos. Eu silente.
Já não sinto sua ausência.

 
Autor
Salete Gurgel
 
Texto
Data
Leituras
3892
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/07/2008 18:07  Atualizado: 11/07/2008 18:07
 Re: BOLERO DE RAVEL
É isso. O retrato poétco é perfeito. Parabéns. Beijinho

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/07/2008 21:29  Atualizado: 11/07/2008 21:29
 Re: BOLERO DE RAVEL
Salete,

O Bolero é realmente arrebatador.Começa calmo.Aos poucos se juntam um a um os instrumentos até o ápice como fogos de artifício.Igual a um momento de amor.
Teu poema espelha o mesmo sentimento que tenho ao ouvir essa peça de Ravel. Gostei imenso!
Bjins, Betha.