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Vampiro

 
Eu procuro enxergar através dos olhos de crepúsculo insondável,
Redescobrindo a paixão através da pungente dor de espinhos cravados em face ingênua,
Quando assombro o infinito com lamentos de morto vivo e meu caixão transbordante de sangue sacoleja,
Sem moeda na boca retorno a procurar pelo amor que se perdeu em desvarios.

Meu tributo ao vazio é a constante infelicidade
A aguilhoar meu coração estático, de forma que apenas tu entenderias,
Mas quão distante parece o caminho para o paraíso e então,
Receio, descobrir que no fim desta trilha apenas reste a ilusão desfeita
Em verdades reveladas tardiamente a uma criança.

Na beleza revitalizada de irmãos demoníacos não encontro resposta,
Pois da debilitada aparência conservo ainda o funesto semblante de outrora,
Imberbe jovem cadáver a vagar nas colinas da terra sagrada sem luz,
Solitários passos que não deixam pegadas.

De cidade em cidade, das ruínas aos palácios,
Se somente nos sonhos a encontro o que será de mim ?
Eterno apenas pago pelos erros aprendidos,
Desvanecendo em estrelas que voam disformes ao sabor do vento,
Para longe.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 20/07/2008 12:37  Atualizado: 20/07/2008 12:37
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Usuário desde: 20/01/2008
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Mensagens: 3489
 Re: Vampiro
oi poeta!

e dá-lhe poesia boa! niilismo bem conceituado.
pura emoção sombria? não. artística.

beijos

Maria Verde