São estrelas ocas estas minhas opalas!
Que trago amordaçadas no meu peito...
Um punhado de lucidez às malas,
Feitas, dia a dia no meu leito!
Choro lágrimas trancadas, profundas;
Restos de paixões que já não tenho.
Lúcida? Talvez eu já me iluda...
Que tenho amor a habitar os meus anseios.
Jóia rara é o semblante dos que amam!
Que se entregam à lucidez dos eleitos.
Não! Já não tenho mais minhas armas...
As perdi no coração, e tranquei as travas,
Dos que se entregam sem pudor, e que desfeitos
Todos os sonhos são loucuras dos que clamam!
(Ledalge, CANTIGA À LUCIDEZ)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)