Crónicas : 

SÃO PAULO NO ANOITECER

 
Ontem à noite na Xavier de Toledo
Dois indivíduos corriam atrás de um terceiro
Um guarda-chuva ousado se joga
Os dois homens alcançam o meliante
O guarda-chuva é agarrado com violência
Um soco no olho se segue a um forte aperto no braço
Olhos ferozes se cruzam
Um quarto homem aparece
Diz qualquer palavra, ameaça
Atravessam a rua
Enquanto um tapa seguido de uma rasteira
Afunda o meliante em desespero
Varias pessoas atônitas, sem saber o que se passa
No ponto acumulam se os ônibus
No Jaçanã, olhares desavisados
Alguns sorrisos, outro aproveita a câmera do celular
E garante o comentário amanhã cedo no trabalho
Um dos homens parece ligar para polícia
Enquanto o guarda chuva é arrastado para outras mãos
Cansados de esperar os dois homens agarram o ladrão desafortunado
Em direção ao Municipal em busca dos soldados
Três minutos depois a viatura passa celerada e incógnita
A fina garoa aquece os maus trapilhos indigentes
Que sem se darem conta do ocorrido, adormecem seus ossos
Encolhidos num canto seco da calçada.

Dimythryus

 
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Dimythryus
 
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