Poemas -> Surrealistas : 

do lastro ao casco

 
Tags:  mar    temas naúticos    navio de guerra  
 
do lastro
ao casco
um espaço imberbe
‘inda por preencher num corpo d’água
em forma de mulher:
- praia
preia-mar
onda, vaga
a crescer da popa à proa de um navio
d’almirante de mar e terra
… vaso de guerra.



descanso o olhar
liberta e presa
na linha do horizonte
lá onde o oceano é chão e o empíreo ilimitado
… infinito.

elevo dos braços, os gestos, na gesticulação títere da orfandade,
marioneta sem estrado, tablado (enfim…)
num animoso palco em que sou actor e contramestre
e tu encenador em teatro de me fazer
insurrecta
imperfeita
naif
ninfa (o que quiseres serei …)
em revelar-me não mais que asceta
neste solidão maior
de mim.

subo a escada passo a passo
até à gávea de ti.
subo
em cordas de sarça, silvados a rasgar a pele da alma,
isócrona
assíncrona em isótopos de metalinguística.

subo a escada, a adriça,
e, num alojo de náusea, já mareada … dou-me palmas e aplausos
(os que me negas) esqueço quem sou, se sendo tudo,
não sou nada e tudo recomeço ….

a linha longínqua do horizonte é agora a minha estrada.


MT.ATENÇÃO:CÓPIAS TOTAIS OU PARCIAIS EM BLOGS OU AFINS SÓ C/AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

 
Autor
Mel de Carvalho
 
Texto
Data
Leituras
939
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
6
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
ImprovávelPoeta
Publicado: 08/08/2008 09:28  Atualizado: 08/08/2008 09:30
Super Participativo
Usuário desde: 04/06/2008
Localidade:
Mensagens: 141
 Re: do lastro ao casco
A paixão
do mar,
num mar
de Paixão.
Alma
insurrecta,
imperfeita
poeta,
maior
solidão.
No branco
papel
Sereia,
Falésia,
Doce Mel.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/08/2008 09:38  Atualizado: 08/08/2008 09:38
 Re: do lastro ao casco P/MEL DE CARVALHO
ILUSTRE POETISA E QUERIDA AMIGA MEL DE CARVALHO, FIQUEI IMENSAMENTE ADMIRADO PELOS CORRECTISSIMOS TERMOS NAUTICOS USADOS NESTE SEU PERFEITO E LINDO POEMA.

AS COISAS DO MAR SEMPRE ME TOCAM, POIS NELE VIVI 25 ANOS, E FUI ATÉ CAPITÃO DE MAR E GUERRA, TÍTULO COMPARATIVO COM O QUE EXERCI.

COMO BELA NINFA, ONDE RESIDE A SOLIDÃO AMIOR, PROCURAR NESSE NAVIO O SEU ALMIRANTE MOR, SUBIU ATÉ À GÁVIA MAIS ALTA, E NUM ALOJO DE NÁUSEA, JÁ MAREJADA, ESQUECE QUEM É, MAS SABE O QUE PROCURA, TAL GAGEIRO DA NAU CATRINETA, PORÉM POR SUA PARTE AVISTANDO SOMENTE A LONGINQUA LINHA DE ÁGUA NO HORIENTE, QUE AGORA É SUA ESTRADA E NELA CAMINHANDO COM ESPERANÇA E DETERMINAÇÃO ENCONTRAR ,O PORTO SEGURO ONDE SEU CORAÇÃO SERÁ RECOMPENSADO POR UMA GRANDE E FORTE AMOR.

ADOREI SEU BELO POEMA, QUE ESSE SEU OBJECTIVO SEJA ALCANÇADO.

UM ABRAÇO AMIGO


Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 08/08/2008 12:07  Atualizado: 08/08/2008 12:07
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: do lastro ao casco
Menina de Mel,
Sou eu que te aplaudo, poetisa linda, mestre na arte de marear.
Beijos de mel
Nanda