Poemas : 

Futuro (im)Previsto

 
Mil e uma histórias
De um poeta sem poesias,
Do homem de todos os dias
Acordes de guitarra que ouvias,
Um castelo e suas ameias
Onde nem tu distinguias
Aquele disparate que dizias,
Que só tu vias.

Chora o amargurado desgosto
No meu ombro composto
Só para o teu rosto,
A lembrar o mês de Agosto,
Do ano todo o seu resto.
Diz-me, agora que estou disposto
Tudo agora que for suposto,
Sobre o nosso amor funesto.

Dias sem sonhos
Cativantes e medonhos.
Versos ditos e risonhos
Almas sem sentidos,
Compenetrados e falseados
Ouro em rios descarnados,
Filamentos estúpidos,
Homens loucos.

Uma pedra pelo fogo partida
Que se torna um pedaço de comida,
Temer para além da vida… a vida.
Fome de existência sofrida,
Povos de uma planície varrida,
Hospedeiros da doença espalhada,
Imperfeição de nome SIDA,
Perseverança numa fé perdida.

Esperança que se procura
Numa qualquer rua escura
Que nem tem largura
Para sofrer de amargura.
A dor insiste e perdura
No gázeo do homem de alma pura
Pedaço de pão que não dura
Morte que vem a qualquer altura.

Sustento não há, pois que saibam
Todos esses loucos que não recuperam
Das tragédias que cometeram,
Das vidas que tiraram,
Malogradas causas que combateram.
Agora… agora choram
As balas acabaram,
Mas as vidas não voltaram.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/09/2008 07:20  Atualizado: 05/09/2008 07:20
 Re: Futuro (im)Previsto
Alemtagus como eu gostaria que todos lessem este poema com os olhos bem abertos.
Forte e doloroso.

Abraço
ConceiçãoB