Luso-Poemas
 
Poemas : 

Devoção do Caboclo

 



Quando a força bambeia
O cabra torce e ajoeiá
Perde o aboio do grito
Desmantela e faz contrito
Ladainha e devoção
Põe-se a encarreirar os santos
Mode acochar o pranto
No meio da procissão
São João doce santinho
Santo Antonio nordestinho
São Pedro acorrei aqui
Frei Damião dou lhe uma vela
Valei-me, santim da capela
Ó Santana do Cariri
Senhor do Bonfim desencante
São Judas tore o quebrante
Apois eu não sei rezá...
Volte os olhos aí de riba
Veja o calo que não rima
Com corpo coberto de talho
Ó padim Ciço clemente
Tenho boca e quinze dente
Que é pra me confessá
Deixa estar ó Mãe querida
Ainda vou ser forte na vida
E vou decorá um rosário
Vou ganhar grande salário
Comprá fita e enfeitá a praça
Só pra lhe dar um altar...




Nina Araújo

O poeta Walmar Belarmino assim diz:
“CORAÇÃO DE POETA É TÃO SENSÍVEL,
TÃO SENSÍVEL DE UM JEITO IMENSURÁVEL
QUE CONSEGUE SENTIR O INAUDÍVEL
E BEIJAR COM LEVEZA O INTOCÁVEL
VER UM DEUS EM CADA MISERÁVEL
E CHORAR PELA DOR DE UM OPRIMIDO
MESMO ...

 
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NinaAraújo
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 08/09/2008 17:42  Atualizado: 08/09/2008 17:42
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: Devoção do Caboclo
Nininha,
a fé do caboclo sem conta nem medida.
Fé de gente simples do campo, pureza de alma.
Beijinhos
Nanda

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/09/2008 22:45  Atualizado: 09/09/2008 22:46
 Re: Devoção do Caboclo
Essa belezura, essa plasticidade da língua, num cambiante que nos enriquece.

Belo poema.

DM

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