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Lamento ferido

 
Pela garganta acima,
devagarinho,
enrolo a língua
no gesto triste
das árvores.
Sob a caruma dos lábios
a noite respira
silêncios de um sono sem cume.

No antro do momento
aos ventos da inquietude
junto um nome feito labor
mulher,
nas pálpebras de uma longura
em mim talhada teu rosto...
Pela garganta
enrola a língua,
afago, num só pecado
soneto, de duas bocas
suadas doces
na humidez do ausente
onde me sinto sentindo-te,
em diapasões
de tanto lamento ferido.
 
Autor
José António Antunes
 
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Enviado por Tópico
aflordapele
Publicado: 25/09/2008 21:43  Atualizado: 25/09/2008 21:43
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 Re: Lamento ferido
Triste e terno em simultâneo...lindo, afinal