Sonetos : 

Soneto aldrabado: papel em branco

 
No início temos a folha em branco
Livre e descomprometida.
Bloco de pedra em bruto
Esperando ser esculpida

Sempre difícil o inicio
Quando falta inspiração
Estar à beira do precipício
Por vezes é uma salvação

Mas sempre o essencial
E pegar na caneta e sentir
E deixar as emoções fluírem

Quem não tenta, não consegue.
Quem arrisca, bem ou mal,
é criador, é personagem principal.

Espero que compreendam o título.Abraço a todos.
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/10/2008 21:38  Atualizado: 04/10/2008 22:43
 Re: Soneto aldrabado: papel em branco
E tantas vezes o branco
se nos torna tão escuro:
(não é que para meu espanto
até há «soneto duro»?),

mas que não é aldrabado,
é «oficina irritada»,
e apesar de irritado
é um soneto acabado.

Foi o Drummond quem o fez,
pois esse grande poeta
sabia bem do papel.

E quem me dera uma vez
ter a ponta da caneta
com um soneto de fel.

Domingos da Mota

Gostei do seu poema (que não é aldrabado), e desculpe-me esta minha explosão a partir do seu.

Um abraço,

DM


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/10/2008 23:12  Atualizado: 04/10/2008 23:12
 Re: Soneto aldrabado: papel em branco
É sim um soneto aldabrado mas com momentos de bela verdade. Parabéns, Abraço.


Enviado por Tópico
FredericoSalvo
Publicado: 05/10/2008 04:54  Atualizado: 05/10/2008 04:57
Colaborador
Usuário desde: 23/01/2008
Localidade: Belo Horizonte - MG - Brasil
Mensagens: 1285
 Re: Soneto aldrabado: papel em branco
Oi poeta!
A sensação de esperar pela inspiração é mais ou menos como pescar. Ficar ali diante daquela folha como se fica à beira de um lago a espera de uma fisgada. O melhor de tudo é quando rompe a inspiração e começamos a colocar no papel um pouco do que vai em nossa alma.
Coloco aqui um soneto meu que fala um pouco sobre isso. Espero que goste.
Parabéns pelo belo trabalho.
Um abraço fraterno.
Frederico.

DIVINA INSPIRAÇÃO

Vertes em mim feito água de cacimba
Vinda num rompante. Abrupto espasmo
Inundando tudo como um orgasmo.
Divina inspiração: _ Sê sempre bem-vinda!

Vem a reboque de ti a vida inteira.
Enche esse poço, límpida, abençoada
E aquilo que até então era nada,
Nasce poesia. Santa parideira,

Sempre cavo no puro afã de encontrar-te.
Cravo forte as unhas nessa terra dura.
Grato prazer, minha paciência infinda.

Muitas vezes, quando fico a esperar-te,
Já quase desistindo dessa procura,
Vertes em mim feito água de cacimba.

*************
Frederico Salvo.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/10/2008 16:28  Atualizado: 05/10/2008 16:29
 Re: Soneto aldrabado: papel em branco
Refiz o meu comentário ao seu poema, de que gostei, no meu soneto, a partir do seu, "Folha em branco".

Obrigado pela deixa,

Um abraço,

DM

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 05/10/2008 16:36  Atualizado: 05/10/2008 16:36
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: Soneto aldrabado: papel em branco
Aldrabado ou não o facto é que gostei desta lição para poetas!

Bjs


Enviado por Tópico
shirley
Publicado: 06/11/2008 18:39  Atualizado: 06/11/2008 18:39
Da casa!
Usuário desde: 22/06/2008
Localidade:
Mensagens: 351
 Re: Soneto aldrabado: papel em branco
A que se iniciar em um determinado momento...e com as palavras tb é assim, esperamos q o sangue das nossas veias se esvaem azul na ponta da caneta para externarmos nossas reflexões poéticas. Adorei teu poema. Parábens