Poemas -> Surrealistas : 

Outono diferente

 

Vejo os campos de cultivo como se fossem pradarias
Apenas imagino…
Por aqui não existem campos, apenas ruas.
Umas são minhas outros são tuas, ruas de paralelos
Ruas de alcatrão, ruas com buracos pertos das tampas,
Com tampas perto das fossas de despejo..das águas.
Vejo a água entrar num esgoto, peixes que se prendem
Junta a ela para comer…
Peixes que pertencem ao rio, que nadam junto dos barcos,
E vejo barcos vazios, sem gente.
Apenas algumas pessoas que passam, não no rio
Mas ao lado dele…
Apenas imagino…
Vejo o mar a minha frente, com ele tudo é diferente
Até o Outono…
O mar está calmo, o sol brilha-lhe em cima
E ao fundo, que não é fundo.
Apenas uma visão…
Vejo barcos que parecem estar abandonados, mas não estão.
Parecem estar vazios, e não.
Parecem estar cheios, não sei.
E vejo o céu limpo, e um espelho.
E nesse espelho, que apenas imagino…
Vejo reflexos, mas não sei o que são.
Não está vento, não há folhas a voar,
Mas é Outono, o tempo parece estar a mudar.
Esperemos pelas castanhas, pelo vinho da terra,
Vão poder nos ajudar, a compreender
Se o Outono modifica a cara, ou então
Se o Outono ainda vai voltar.


Iolanda Neiva
(muitas vezes falo só para mim,
e escrevo para que alguém me ouça)

 
Autor
iolanda neiva
 
Texto
Data
Leituras
793
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
ImprovávelPoeta
Publicado: 22/10/2008 10:43  Atualizado: 22/10/2008 10:43
Super Participativo
Usuário desde: 04/06/2008
Localidade:
Mensagens: 141
 Re: Outono diferente
A menina anda muito sonhadora.
O Outono a isso convida.
Eu que estou no Outono da vida também ando sonhador.E é muito bom sonhar.

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 23/10/2008 17:04  Atualizado: 23/10/2008 17:04
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: Outono diferente
Iolanda,
O ciclo da vida, imagem Outonal e a esperança de que mais outonos voltem, com castanhas, claro.
Gostei, querida
Beijinhos
Nanda