Poemas : 

Passado crescente

 
É numa memória chorada que penso,
Quando me sento propenso
A deixar a alma ao relento,
Num terrível imenso
Saído de pobre senso...
Pobre e sem provento.

Não é choro denso,
Nem copioso, nem lento
Aquele que sai por rebento
De olhar tenso, denso,
Natural de reles sofrimento
Que por imo, é quase bento.

Pede-me então por talento,
A mão que adula com incenso
Uma réstia de alento
Perdida debaixo do róseo lenço
Que me impede por um momento
O sangue de se lançar ao vento.

Então, escrevo-me por extenso
Num livro contínuo e intenso
Em que nem ao tempo venço
Mas, mesmo assim, ainda o tento...
E quando penso que o convenço
Corre-me como um nónio atento
Medindo os minutos que invento
Em momento deserto e atento.

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
Autor
Valdevinoxis
 
Texto
Data
Leituras
749
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 17/04/2007 03:09  Atualizado: 17/04/2007 03:09
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: Passado crescente p/ Valdevinoxis
Querido poeta

Este teu poema está intenso
gostei demais mesmo...
Adoro te ler porque sempre
estás a inovar seus temas


Beijinhos no coração