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O Sono do João

 
O Sono do João

(Brincando com António Nobre)

O João come e dorme Maria
Quer de noite quer de dia
Se ele assim continuar
Um dia não vai acordar!

Só tem metro e meio de altura
E um metro de largura...
Parece um orangotango
Faces da cor do morango
A comer parece um leão,
Põe muita manteiga no pão
Geladinhos...só dos maiores
Mistura todos os sabores...

O João dorme... que regalo!
Deixai-o dormir...deixá-lo!
E pede à mulher do vizinho
Que ande mais devagarinho
E á tua mãe e à tua tia
Que não acordem a cotovia
E discutam noutro lugar
Não vá o João acordar!

O João come...é um regalo
Deixem-no comer...eu nem falo
Das saladas que o menino
Detesta da alface ao pepino,
Cebola pimento ou tomate,
Não são coisas com que se farte.

E nem a mãe nem a tia
Chegarão a ver o dia
Daquele menino parar
De comer e de engordar...

E os anos irão passando...
Depois, já velhinho, quando
Perder as cores do morango
E ficar todo engelhado,
Comida já não consome
Sua vida foi um mistério
Mas dormir...ainda dorme
Num canto do cemitério!



José Mota



José Mota

 
Autor
PoetaSenior
 
Texto
Data
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1926
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