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Cobra Urutu

 
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Cobra Urutu

Um dia de sol com muito brilho
Passou em casa um andarilho
E a sua história foi contando
Mostrou sua perna aleijada
E com a cara bem fechada
Deste jeito nos foi falando

Isto ocorreu na minha terra
Lá na fazenda Pé de Serra
Numa noite já de madrugada
Fui eu e meu companheiro
Para buscar um bezerro
Bem ao meio da invernada

Depois voltamos à invernada
Procurar uma vaca malhada
E pegamos um novo roteiro
Mas o destino estava traçado
Nesta volta eu fui picado
Por um grande urutu-cruzeiro

Hoje me encontro aleijado
vivendo neste mundo jogado
Pois a invalidez me consome
Pedindo aos de bom coração
Por esmola, um pedaço de pão
Para não vir a morrer de fome

Vejam qual foi o resultado
Daquele urutu tão malvado
E pouco tempo agora me resta
Mas com fé no meu Bom Jesus
Agora eu carrego esta cruz
O que o urutu leva na testa

jmd/Maringá, 07.11.08


verde

Poema inspirado na letra de música Urutu-cruzeiro do compositor Carreirinho.
 
Autor
João Marino Delize
 
Texto
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