Poemas : 

A FAÇANHA DO BESOURO

 
 
Vez por outra
Ouvia-se um galho
Rufando no chão,
Em farfalhante estertor.
Que coisa estranha!
Não havia tempestade,
Muito menos, meninos,
Em sua cúmplice curiosidade.
Quem estaria,
Furtivamente,
Serrando galhos no jardim?
Corte perfeito!
Quem estaria por trás do exímio serrote?
Remexendo na serragem,
Ao pé do arbusto mutilado,
Encontro, minúsculo cidadão;
De negritude plena,
De orgulho invulgar,
Em sua obra acabada!
Como ser tão primitivo,
Tão desequipado,
Realizaria tamanha façanha?

Ser digno de causar inveja
Aos amadores humanos,
Na inglória tarefa de exterminar florestas!
Um pequeno besouro,
Um inseto respeitável
Em sua glória macabra!



 
Autor
Frederico Rego Jr
 
Texto
Data
Leituras
3515
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
FatinhaMussato
Publicado: 16/12/2008 11:26  Atualizado: 16/12/2008 11:26
Colaborador
Usuário desde: 17/11/2007
Localidade: Jales (SP / BR)
Mensagens: 2051
 Re: A FAÇANHA DO BESOURO p/ Frederico Rego Jr
Frederico,

Gostei muito desta elegia ao besouro, um dos muitos artesãos da natureza!
É preciso ser muito grande para escrever tão bem sobre um ser tão pequenino!

Beijinhos de Luz e respeito,

Fatinha.