Sonetos : 

Soneto do miserável

 
Cerro os dentes
E reteso os músculos
Em rituais veementes,
Combates nus e sem ósculos.

Agrido pensamentos doentes,
Que por falta de verdade
Se encolhem como inocentes
Ferindo de morte a lealdade.

Dou-me assim aos presentes,
Numa forma desconhecida
Que se arrasta entre os indigentes.

Que me castrem a vida
Se por ter actos incoerentes
Açoito a alma que me é querida.

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
Autor
Valdevinoxis
 
Texto
Data
Leituras
845
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
cleo
Publicado: 26/04/2007 20:14  Atualizado: 26/04/2007 20:14
Usuário desde: 02/03/2007
Localidade: Queluz
Mensagens: 3731
 Re: Soneto do miserável
Não açoites a alma...
Pode sofrer de uma dor maior ainda...

Sempre muito bons os teus poemas!

Beijo

Enviado por Tópico
Farinho
Publicado: 26/04/2007 20:47  Atualizado: 26/04/2007 20:47
Muito Participativo
Usuário desde: 13/03/2007
Localidade: Barreiro/Setubal
Mensagens: 68
 Re: Soneto do miserável
Gostei muito, mas esses pensamentos doentes têm que ser banidos, só os felizes devemos guardar.

Beijocas

Sónia Farinho

Enviado por Tópico
Diego M.
Publicado: 26/04/2007 21:00  Atualizado: 26/04/2007 21:00
Membro de honra
Usuário desde: 12/11/2006
Localidade: Rio Branco - AC
Mensagens: 392
 Re: Soneto do miserável
Como sempre, os textos que norteam em tua mente poética são de imensa sobriedade e feridos de mortal beleza e coerência!!!
Tu podes ter pensamentos de maus fluidos e de cunho perveso, contudo prevalece em tu'aura poética, as mais encantadoras vertentes de luz!!!


A
B
R
A
Ç
O
.

Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 26/04/2007 22:22  Atualizado: 26/04/2007 22:22
Colaborador
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa/Peniche
Mensagens: 1562
 Re: Soneto do miserável
Miserável, eu, hoje na Avenida...
**
"Cerro os dentes
E reteso os músculos
Em rituais veementes,
Combates nus e sem ósculos."

Forte este teu poema.
Gostei sim, Val!
Bjs da Mel