Tenho por vício a prática dos versos
E a solidão por ossos do ofício;
Coloco em métricas mundos diversos:
Píncaros tantos; tantos precipícios.
Invento imagens, metáforas e tenho
Guardadas em mim infinitas miragens;
Na alma cálida e inquieta detenho,
Ávido e louco; loucas paisagens.
Porque murmura em mim tudo o que vive
E o que não vive também de mim faz parte,
Pois que sou mínimo encaixe do universo.
E passo aqui, no exercício do verso,
Na prática inigualável dessa arte,
A estar em Deus (que é tudo), inclusive.
Frederico Salvo.