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Jardim II

 
Mas que grande bailado
Que vai neste jardim:
Está o vento endiabrado
E canta só para mim.

São as árvores que dançam
Alucinadas num frenesim,
Parece que se preparam
Para começar um motim.

São os melros encolhidos
Que se estão a lamentar,
Eles não foram escolhidos
Por não saberem dançar.

Sou eu que me aperto
E vou passando devagar,
Trago o sentimento atento
E o gosto de me demorar.









São os casais de namorados
Que ali estão se beijando,
Em abraços longos e apertados
De quem gosta de viver amando.

São as crianças, ora a correr,
Ora deitadas, ora brincando.
Vê-se no rosto o prazer
Com que andam delirando.

Eis os bailados amenos
Que acontecem no outono.
Não faço a coisa por menos,
Vou dançar até ter sono.



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nunorita
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