eu não sou mais que um animal
nesta imensa selva,
onde por vezes o vermelho
é a cor da relva
onde gorilas massacram
leões devoram
abrutes contentão-se com os restos
feras prestes a desintegrarem
cada partícula da minha existência
mas quem o fizer,
também se há-de haver com o restante
por em quanto tenho-me esgueirado,
refugiado,
protegido
lá vou indo por vezes ferido
caindo aqui levantando -me acolá
eles estão à espera do meu tombo,
do esgotar das minhas forças
do meu sucumbir
minha força, e persistente inteligência
fazem da minha prudência
uma força maior
respeitada por todos
(estes ferozes mortais)
Cada vez que a torneira se abre, saem rios de palavras que tento juntar com um lápis, para matar a minha sede, é assim que nasce a minha poesia