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O tempo passa

 
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Todos caminhos desta vida
Levam-nos à mesma sorte
Quando a jornada se finda
Encontramos com a morte

O tempo não tem retorno
Vai passando sem parar
E não aceita um suborno
Para nossa vida prorrogar

Ontem, eu era uma criança
Muitoa cheio de esperança
E, tudo passou de repente

Nesta vida tão passageira
Mesmo que a gente queira
Ninguém fica pra semente.

jmd/Maringá, 26.12.08




verde

 
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João Marino Delize
 
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Enviado por Tópico
FredericoSalvo
Publicado: 27/12/2008 03:22  Atualizado: 27/12/2008 03:22
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Usuário desde: 23/01/2008
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Mensagens: 1285
 Re: O tempo passa
Talvez,João, nossos poemas possam levar a alguém um alento após as nossas passagens. Acho que essa seria a semente que todos nós poetas queremos deixar.
Parabéns. Aproveito para deixar aqui para você um poema do grande Manuel Bandeira que fala um pouco sobrei isso.

A Morte Absoluta



Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.



Manuel Bandeira.




Abraços!
Frederico.