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cinco.

 


. façam de conta que eu não estive cá .

à saída do casulo escorrego no orvalho da manhã. é díficil esta minha condição e o se prolonga-se na pele de bicho ferido. tenho a vista turva, manchada de neblina e as manhãs são desentendidas, talvez por isso não te veja chegar, não me dê conta do teu corpo a dois ou três rastejos de mim. é difícil morrer de manhã quando ainda se tem a noite a morder-nos as asas, as inúteis asas que nunca me serviram. desumidifico o amor, quero estendê-lo ao sol, ver secar a vida com ele, mas esperei tanto tempo por ti que me murchou o coração dentro do peito.


(ao ler aracne de antónio franco alexandre)
 
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Margarete
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Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 19/01/2009 10:38  Atualizado: 19/01/2009 10:38
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 Re: cinco.
Para além da qualidade óbvia do que escreves aplaudo aqui o teu regresso.

Beijo (nesse) Mar

Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 19/01/2009 13:55  Atualizado: 19/01/2009 13:55
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 Re: cinco.
Às vezes a espera desespera... e esfria.

Soberbo, definitivamente...

Beijinho

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 19/01/2009 14:18  Atualizado: 19/01/2009 14:18
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 Re: cinco.
Mais um belíssimo texto, Margarete!

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 19/01/2009 18:26  Atualizado: 19/01/2009 18:26
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 Re: cinco. p/ Margarete
Cinco são os dedos da minha mão que vou contando até lhes perder a conta.

Beijo