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O enterro do vampiro

 
Quando o último resquício de luz sorve a lágrima
no crespúsculo a sombra descansa eternamente,
Quando a derrota vislumbra o próprio corpo que apodrece no abandono
A solidão não busca outro destino.

A fronte lívida do vampiro freme de encontro a lápide,
Estrela infinita abençoa seus pecados,
Paixão tece o outono do relapso caminhar,
Estou além daquele antigo sonho letárgico.

Órbitas vazias contemplam o alto sem alento,
Uma prece finda entre flores silvestres a despedida,
Parte o vampiro com moeda nos lábios ressecados,
Tecido finalmente decomposto.


 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/02/2009 14:10  Atualizado: 04/02/2009 14:10
 Re: O enterro do vampiro/Raimundo
Acho que os caninos,rs, deste vampiro vão estar desgatados face ao belo poema!
Meu amigo Raimundo , ao seu estilo, mais um grande poema, mesmo falando de "lances tão mórbidos"!
Abraço
Edilson

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/02/2009 15:02  Atualizado: 04/02/2009 15:02
 Re: O enterro do vampiro
Em verdade te digo: prefiro ser cremada, mas se enterrada quero que me ponham moedas na boca para pagar Caronte e subornar uns demônios.Muito bom, Raimundo!
Bjins, Betha.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2009 01:56  Atualizado: 07/02/2009 01:57
 Re: O enterro do vampiro
Com todo o respeito é destes poemas que eu gosto, pode-se transfigurar o poema na nossa mente da forma subjectiva.
e deixe que lhe diga neste poema vejo os ganaciosos a beber o sangue dos pobres.

Vou leva-lo comigo
Abraço